Problema

Santa Casa soma dívida de R$ 160 milhões e busca ajuda

Situação levou o hospital de Pelotas a reduzir pela metade número de UTIs

Foto: Rodrigo Chagas - Ascom - Santa casa tem déficit mensal de R$ 1,6 milhão


A Santa Casa de Pelotas está passando por uma crise, com uma dívida que soma R$ 160 milhões. Segundo a administração do hospital, há um déficit mensal de R$ 1,6 milhão devido aos baixos pagamentos dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse rombo levou à redução de 20 para dez leitos de UTI. Além disso, há um atraso de pagamentos que acarreta na dificuldade de fechamento das escalas de trabalho. Segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), os médicos da UTI enfrentam cinco meses de atraso no pagamento de honorários.

Na quinta-feira, a diretoria do hospital apresentou um panorama da situação em reunião com representantes do Simers. "Mais do que reivindicar salários atrasados, precisamos ajudar a instituição a atravessar a grave crise atual. É um hospital essencial para o atendimento na nossa região, portanto, seu fechamento parcial ou total seria catastrófico", diz o diretor do Simers na região sul, Marcelo Sclowitz.

O administrador da Santa Casa, Regis Silva, avalia que a reunião foi positiva e busca cooperação para enfrentar as dificuldades do momento, com a criação de uma frente de apoio ao hospital em busca de recursos para garantir o atendimento ao público. A iniciativa é similar à adotada com a Frente em Defesa da Santa Casa do Rio Grande, que enfrenta um déficit cinco vezes maior e entrou em recuperação judicial.

A avaliação é de que, caso o hospital não receba nenhum socorro, há o risco de fechamento de mais serviços, e até mesmo do hospital. O cenário da Santa Casa, no entanto, não é novidade, e vem após a redução do número de leitos de mais de 300 ativos para 180 e o fechamento a maternidade SUS.

Segundo o administrador, a causa do déficit é o baixo valor pago para procedimentos do SUS, com uma tentativa de suprir a diferença com o valor pago por serviços particulares. "A estrutura do hospital é fantástica, falta um custeio adequado por parte do sistema público", diz.

Apesar da situação, o administrador diz que há apenas atrasos pontuais no pagamento de fornecedores e de médicos, mas que os salários estão em dia. "O salário dos funcionários é uma prioridade da gestão. São praticamente mil funcionários, são a máquina que fazem a Santa Casa funcionar 24 horas." Para Regis Silva, uma solução definitiva para o problema passa pelo reajuste da tabela SUS, com defasagem de 20 anos, e "o governo buscar recursos na esfera estadual e federal para equilibrar esse custeio deficitário".

Procurada, a secretária de Saúde de Pelotas, Roberta Paganini, diz, através da assessoria de Comunicação, que a Prefeitura tem sido parceira para viabilizar alternativas para solucionar o problema, incluindo o adiantamento de recursos e a complementação de valores da tabela SUS.

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